A Copa do Mundo de 2022 abrirá espaço para adversários que têm histórico de disputas. Nesta terça-feira (29), Irã e Estados Unidos lutam por uma das vagas do Grupo B às oitavas de final no Estádio Al Thumama, em Doha (QAT), às 16h (horário de Brasília). Mas não faltarão lembranças das relações conflituosas dos dois países, que convivem com episódios de tensões, ameaças e momentos de violência em outras áreas.
Após serem goleados pela Inglaterra por 6×2, os iranianos venceram o País de Gales na segunda rodada, 2×0, o que os colocaram na segunda colocação do grupo. Já os norte-americanos ainda não perderam, mas também não venceram, foram dois empates seguidos: 1×1 contra Gales e 0x0 diante dos ingleses.
Desta forma, o jogo de logo mais garantirá ao vencedor do duelo, vaga na próxima fase da Copa do Mundo. Em caso de empate, a seleção do Oriente Médio tem vantagem por ter um ponto a mais. Entretanto, a partida vai muito além das quatro linhas, marcando um conflito entre as nações que já dura mais de quatro décadas.
O duelo de logo mais, ao que tudo indica, parece que terá fatores extra-campo muito maiores que o jogo na Copa de 1998. Primeiro por tudo o que vive o país do Oriente Médio. Afinal, em setembro, antes do início do torneio, a nação viveu uma onda de protestos após a morte da jovem curda Mahsa Amiri.
Morta por não usar um véu, ela se tornou um mártir da luta pelos direitos das mulheres no país. Desde então, manifestações ocorrem no Irã, o que causou a morte de cerca de 500 pessoas e a prisão de mais de 15 mil.
No Qatar, um país muito perto do Irã, os jogadores da seleção iraniana, em protesto, se recusaram a cantar o hino nacional na partida de estreia. Já nas arquibancadas, mulheres iranianas usavam camisas pedindo por liberdade. No jogo seguinte, o governo do país enviou agentes disfarçados de torcedores para ameaçar os manifestantes.
Os Estados Unidos também colocou mais lenha na fogueira ao publicar, nas redes sociais, uma foto de divulgação para a partida. Porém, a bandeira do Irã não tinha seu símbolo central, que representa a religião. Em seu lugar, foi colocada uma versão anterior, usada antes da Revolução. Por conta disso, a Federação Iraniana de Futebol alegou à FIFA que o episódio violava as normas da entidade e pediu a exclusão dos rivais desta edição da Copa do Mundo.
“Espero que esses eventos que cercam esta Copa do Mundo sejam uma lição para todos nós no futuro, temos que aprender que nossa missão é criar entretenimento e, por 90 minutos, fazer as pessoas felizes”, minimizou o técnico português Carlos Queiroz, que dirige a seleção do Irã.
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